Críticas | Perlimps
“Perlimps” estreia em 9 de fevereiro nos cinemas brasileiros.
Durante a atual temporada de premiações, Guillermo del Toro vem falando que a animação não é um gênero, mas um meio do audiovisual possível de atingir camadas diferentes da sociedade – e não somente o público infantil. Com seu Pinóquio (disponível pela Netflix), o diretor demonstra que a animação consegue se reinventar e mostrar que sua presença nas diferentes telas.
Após conquistar o mundo com O Menino e o Mundo em 2014, Alê Abreu começou a trabalhar em novo projeto para o público brasileiro. Se na obra anterior o diálogo era mínimo, Perlimps traz um roteiro sagaz, capaz de emocionar por uma narrativa contemporânea que ressoa com adultos bem mais do que crianças.
Mesmo com um caleidoscópio psicodélico, o longa-metragem parece pinturas aquareladas, com toques singulares para levantar o enredo e o grande arco envolvendo seus protagonistas. Uma trilha sonora com sons brasileiros também levanta todo o longa-metragem e a aventura dos jovens Claê (dublado por Lorenzo Tarantelli) e Bruó (Giulia Benite) – e suas misturas de diferentes animais em embates sobre o Reino do Sol e do Reino da Lua.
Perlimps surpreende em diferentes momentos. Desde a introdução de João-de-Barro (dublado por Stênio Garcia) até os instantes finais do filme, Abreu consegue traçar uma narrativa que contempla males sociais e amizades improváveis para um bem maior. Em 80 minutos, o longa-metragem talvez não empolgue parte da audiência, mas será essencial para um contemplo sobre a sociedade e o impacto em crianças.
No fim, o novo filme de Alê Abreu é belíssimo por diferentes razões, mas principalmente por uma narrativa que ministra algo próximo da atualidade, do que vemos como futuro próximo devidos as escolhas da humanidade. Perlimps busca, em uma mitologia própria e singular, seres que possam salvar o mundo desses projetos aterrorizantes e que possam apagar quem somos.
Perlimps estreia em 9 de fevereiro nos cinemas brasileiros.