Críticas | Irmãos de Honra

“Irmãos de Honra” estreia em 8 de dezembro nos cinemas brasileiros.

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Filme é dirigido por J.D. Dillard. (Foto: Reprodução)

Histórias de alguns personagens esquecidos dentro de guerras ou outros eventos da humanidade, estão ganhando força dentro do audiovisual. As narrativas que impactam, que evocam emoções e fazem os enredos se tornarem não apenas conhecidos, mas que sejam comentados.

Inspirado em livro escrito por Adam Makos, Irmãos de Honra (Devotion, no título original) explora a história do primeiro aviador negro da marinha estadunidense durante a Guerra da Coreia, no início da década de 1950. O filme dirigido por J.D. Dillard mostra a camaradagem entre Jesse Brown (Jonathan Majors) e Tom Hudner (Glen Powell), além de outros nomes dentro do Esquadrão de Caça 32, além de exemplificar assédios sofridos pelo oficial por ser negro em uma posição de importância no exército.

Com o complexo white savior hollywoodiano e, também, estadunidense (que sempre se coloca como centro de conversas sobre heroísmo, mesmo quando não são chamados para conflitos), Irmãos de Honra tem algum senso de direcionamento sobre a história e a tentativa de recuperação do enredo perdido. Entretanto, em seus mais de 120 minutos, o filme não perde os artifícios que mostram o apagamento do protagonismo negro para mostrar brancos fazendo o mínimo e serem vangloriados por esses atos (como não usar palavras preconceituosas). E é preciso apontar que, por mais que tenha sequências belíssimas envolvendo os caças, o longa-metragem é cansativo de maneira assustadora, com mais de 60 minutos sem fôlego suficiente para mostrar a importância que deseja passar, segurando-se apenas nas mãos de um elenco carismático.

O potencial perdido de Irmãos de Honra é comum dentro de Hollywood, que em um mesmo ano consegue lançar o excelente Mulher Rei e um longa-metragem genérico que apenas fica no desejo de ser divisor dentro de diálogos sobre um dos momentos que os Estados Unidos esquecem. Por mais que seja simbólico as buscas pelo corpo de Brown, de mostrar que as famílias são amigas até hoje, e contar a história, é notável o que roteiristas brancos e um autor branco ainda não conseguem transparecer em tela sobre algo que mudou trajetórias – mesmo com um jovem diretor negro à frente.

No fim, Irmãos de Honra saberá apelar para a audiência que sempre desperta em enredos inspirados em fatos (principalmente guerras), mesmo que não sejam incríveis ou multipliquem as buscas por mais histórias esquecidas para favorecerem quem acreditam sejam mais aceitáveis para uma civilização ainda rachada por preconceitos.

Irmãos de Honra estreia em 8 de dezembro nos cinemas brasileiros.

Nota:


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