Críticas | Bem-vindos a Bordo
“Bem-Vindos a Bordo” estreou em 1º de dezembro nos cinemas brasileiros.
Na segunda metade do filme, uma amiga da protagonista Cassandre (Adèle Exarchopoulos) pergunta para ela: “o que é comprometimento para você?”. É uma pergunta que quem assiste Bem-vindos a Bordo (Rien à Foutre) faz durante quase toda a duração do filme.
O longa-metragem é praticamente dividido em dois, onde na primeira metade vemos o dia a dia de Cassandre como comissária de voo. Ela viaja para vários lugares, mora temporariamente em vários países, tem encontros casuais com várias pessoas sem nunca se comprometer seriamente com nenhuma delas e tem uma apatia evidente até pelo próprio trabalho.
Ela sempre aparenta fazer tudo de forma automática, sem apego, chegando até a tomar bebida alcoólica dentro do avião em certo momento.
Sem pressa alguma, vemos a rotina dela e em pequenas atitudes, como comprar vinho com o próprio dinheiro para uma passageira que está chorando devido a uma cirurgia, se revela que nem tudo é insignificante para ela.
O capitalismo faz ela aceitar a rotina passivamente, sem ter sonhos e ambições.
Na segunda metade do filme, a constante mudança de locações dá lugar ao drama familiar bem localizado na casa de Cassandre, onde sabemos mais sobre o passado dela e suas relações mais comprometidas.
Bem-vindos a Bordo tem maneiras interessantes de falar sobre o capitalismo que nos tira sonhos e ambições e nos faz querer viver fugindo, mesmo sem ter algum destino certo, mas assim como sua protagonista, ele não tem grandes ambições e está confortável em ser apenas um filme legalzinho.
Bem-Vindo a Bordo estreou em 1º de dezembro nos cinemas brasileiros.
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