Críticas | A Farsa

“A Farsa” estreou hoje, 22 de dezembro, nos cinemas brasileiros.

Se tem uma coisa que não muda no cinema é o interesse em retratar criminosos. Desde os faroestes com grandes assaltos a bancos até filmes de máfia onde nos apegamos a assassinos inescrupulosos, nós sempre somos atraídos pelos planos mirabolantes e a sensação de perigo. A Farsa, novo filme do francês Nicolas Bedos (La Belle Époque) é um prato cheio para quem gosta de tramas envolvendo golpistas e com muitos plot twists.

É muito fácil gostar do longa por causa de seus atores principais, que passa por Isabelle Adjani, colosso do cinema mundial, François Cluzet, outro ícone, e os dois jovens Marine Vacth e Pierre Niney. Todos têm uma sintonia excelente e em nenhum momento um núcleo parece chato.

O modo em que o diretor conta a história também é interessante. Primeiro vemos uma tentativa de assassinato, e, em várias trocas de tempo, vemos aos poucos as peças se encaixando… até que não encaixam mais!

Martha, vivida por Adjani é uma atriz decadente e que não querendo cair no mundo real, vive uma vida de luxo fantasiosa, onde acha que todos continuam a amando, quando na realidade as pessoas nem lembram mais dela.

O legal é ver que apesar de ela ser uma atriz, todos os outros personagens estão atuando de alguma forma, o que sempre nos deixa questionando o que é real daquilo tudo, se o que eles estão falando é algo verdadeiro ou só para conseguir algo de alguém.

O jogo de interesses e segredos é muito bem feito e passa por diversas camadas da sociedade francesa. Desde a classe artística até a dos milionários donos de empreiteiras na Riviera Francesa.

Apesar de longo, nunca se torna cansativo, mas a quantidade de reviravoltas em seu último ato parece exagerada e desnecessária. Com A Farsa, Nicolas Bedos se estabelece no cinema como uma voz interessante, adicionando mais um filme robusto na sua curta, mas sólida carreira.

A Farsa estreou hoje, 22 de dezembro, nos cinemas brasileiros.