Críticas | Sra. Harris vai a Paris
“Sra. Harris vai a Paris” estreia nesta quinta-feira, 24 de novembro, nos cinemas brasileiros.
O audiovisual mundial não admitirá tão cedo, mas relega papéis secundários as pessoas acima dos 50 anos (especialmente se forem mulheres e/ou pessoas de cor, no caso de Hollywood) e para serem, quase sempre, uma figura parental ou de conselheiro, afirmando que os dramas pessoais ou até mesmo romances, não são possíveis para atrair uma audiência em massa, que lote salas de cinema e que abracem personagens diversos.
Sra. Harris vai a Paris, dirigido por Anthony Fabian e adaptação de livro homônimo escrito por Paul Gallico, é um dos presentes cinematográficos deste ano. Com uma narrativa simples sobre sonhos e recomeços, o longa-metragem é uma celebração para um público ignorado constantemente na indústria, quase sempre escanteada para que outros sejam abraçados.
O filme conta a história de uma viúva que, após receber pensão militar pela morte do marido durante a Guerra, viaja até Paris para comprar um vestido Dior depois de ficar apaixonada por um modelo exibido por uma de suas clientes de faxina. Pedras são colocadas em seu caminho (entre eles, uma madame que não aceita uma mulher da classe trabalhadora ter tal poder de aquisição e, também, a diretora-executiva da marca), porém logo se torna uma confidente e amiga de pessoas dentro da Dior e muda a trajetória dos funcionários e outros parisienses.
Lesley Manville (atualmente em The Crown e Ligações Perigosas) interpreta a protagonista, uma mulher que sempre busca ajudar os outros e esquece que cuidar de si também importa. Ao conseguir o dinheiro necessário para ir até a capital francesa, Sra. Harris começa a compreender que seu bem-estar deve ser seu principal objetivo.
A belíssima Isabelle Huppert é uma ótima forma de antagonismo à Sra. Harris, assim como Ellen Thomas e Jason Isaacs brilham em suas posições secundárias e elevam, sempre, a personagem de Manville em Londres, e Lambert Wilson se torna essencial para entender a protagonista durante sua estadia em Paris. Lucas Bravo (Emily in Paris), Rose Williams (Sanditon) e Alba Baptista (Warrior Nun) são os jovens que são quase filhos postiços de Sra. Harris e, também, que concentram a essência da personagem.
Filmes do gênero, os famosos feel-good, são essenciais para que novas construções narrativas aconteçam – e aticem a curiosidade do público em conhecer mais os dramas pessoais – e tenham novas chances românticas consigo ou com outras pessoas. Sra. Harris vai a Paris é apenas uma fagulha dentro de diversas possibilidades para conhecermos essas histórias.
Sra. Harris vai a Paris estreia nesta quinta-feira, 24 de novembro, nos cinemas brasileiros.
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