Críticas | Mais que Amigos, Friends

“Mais que Amigos, Filmes” estreia em 6 de outubro nos cinemas brasileiros.

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Filme é estrelado por Billy Eichner e Luke Macfarlane. (Foto: Reprodução)

As comédias românticas ganharam força na década de 1990. Grandes nomes do cinema se tornaram astros estando sempre presentes em filmes do gênero. Julia Roberts, talvez, seja o maior expoente dessa época. Após anos perdendo sua força, a pandemia, com os streamings, trouxe de volta a esse gênero a sua glória. E com isso, grandes estúdios de cinema voltaram a apostar nesses filmes descomplicados, carismáticos e cheios de amor para dar.

Mais que Amigos, Friends conta a história de Bobby (Billy Eeichner), um homem gay de 40 anos, dono do seu próprio podcast, bem-sucedido e preste a assumir o cargo de diretor do primeiro museu LGBTQIA+ dos Estados Unidos. Porém, mesmo com sua vida profissional em ótimo momento, sua vida pessoal parece monótona e viciada: procurar um encontro casual em aplicativos de encontros voltados para o público LGBTQIA+ e seguir com a vida. E é justamente nesse momento que ele encontra Aron (Luke Macfarlane), homem gay, também em seus 40 anos e que, ao contrário de Bobby, não está em busca de uma conexão amorosa para além da casual e odeia seu trabalho. Juntos, eles vão se encontrando dentro desse relacionamento e se entendendo como pessoa, como o passado afetou a maneira eles levam suas vidas (amorosas e profissionais) e como seus traumas ainda tem grande controle sobre suas escolhas. A química entre os dois é ótima. Seus personagens rendem interações
divertidíssimas e delicadas que nos fazem lembrar os melhores momentos das comédias românticas da década de 1990.

Uma das melhores coisas do filme, é não tentar adequar a narrativa romântica a algo mais heteronormativo. Eles não tentam diminuir as questões mais pulsantes dentro da comunidade LGBTQIA+ para que aqueles que não fazem parte da comunidade ou não tem convívio direto com ela possam “entender mais” o filme. Eles contam uma história de amor entre dois homens trazendo para dentro dela, situações comuns entre relacionamentos homoafetivos e não heteronormativos.

Outra parte ótima do filme é todo o núcleo de amigos e ambiente de trabalho do Bobby. Fica claro que Billy Eichner (também produtor e roteirista do filme) quis mostrar que a comunidade LGBTQIA+ não é homogenia. Eles, assim como qualquer grupo de amigos e de comunidades de identificação que frequentamos, também tem suas diferenças na forma de pensar, ver o mundo, entender seu local na sociedade e suas prioridades na vida. As cenas que se passam dentro do museu, rendem cenas ótimas
que trazem questionamento, em formas de sátira e deboche, não apenas de como Hollywood aborda personagens gays e não cis na indústria, mas também tudo o que vive envolta dele.

Mais que Amigos, Friends é um ótimo filme de comédia romântica moderna, com uma perspectiva pouco explorada pelo gênero e que nos faz lembrar por que elas já foram o tipo de filme favorito de grande parte das pessoas.

Mais que Amigos, Friends estreia em 6 de outubro nos cinemas brasileiros.

Nota:

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