Críticas | Eleita – 1ª temporada

“Eleita” estreia em 7 de outubro pelo Amazon Prime Video.

Eleita Prime Video
Clarice Falcão estrela a série. (Foto: Reprodução)

A fórmula da comédia misturada em política absurda não é incomum dentro do audiovisual. A celebrada Veep (2012-2019), por exemplo, mostra a incompetência e a ambição de Selina Myers (Julia Louis-Dreyfus) em ser mais que apenas a vice-presidente estadunidense, cercada por pessoas igualmente caóticas e que precisam realizar manobras para conseguir sobreviver na política.

Eleita, nova série cômica do Amazon Prime Video, consegue algo similar em seus primeiros episódios. A produção conta a trajetória política de Fefê (Clarice Falcão), uma influenciadora digital que, “de zoeira”, se candidata ao cargo de governadora do Rio de Janeiro em um futuro não tão distante – e acaba sendo eleita pela população fluminense. Inapta para o cargo, a mulher precisará ser adulta e compreender suas próprias identificações políticas para conseguir realizar as ações que ajudem os cidadãos do estado.

É interessante – e com o Brasil polarizado e prestes a encarar um segundo turno presidencial – como a série criada por Falcão e Célio Porto mostra como é necessário conversas e compensações para conseguir governar qualquer lugar. Seja um aperto de mão com o conservadorismo, com a milícia ou com aqueles que realmente controlam o estado, Eleita abre o olho para a ignorância brasileira para cargos legislativos e suas ações que, deliberadamente, prejudicam o cidadão-comum em diferentes frentes.

O elenco de apoio também ajuda na conexão com o público e, principalmente, são essenciais para fazer de Fefê a pessoa-política que é. Diogo Vilela está fenomenal como um político frustrado, as sombras de parentes; Polly Marinho mostra uma assessora assertiva, cujas lutas fazem parte das suas ações ao lado da governadora; Bella Camero interpreta Nanda, a melhor amiga fora do mundo político e que traz Fefê para o chão; Rafael Delgado conquista o público como André, o “Primeira-Dama”, que também busca seu espaço dentro do círculo de Fefê.; e, por fim, é necessário celebrar Luciana Paes como a Pastora Hosana, líder da oposição que deseja fisgar a governadora com discursos rasos.

Eleita é necessária para o cenário atual e, mesmo que muitos acreditem que está errado apresentar esse tipo de seriado no momento que estamos vivendo, a produção sabe o público que precisa atingir e aquele que será conquistado. É sobre escancarar alguns aspectos da política brasileira, ambientada em um estado caótico, onde todos os governadores eleitos desde o início do século, foram presos. Obviamente, ambientada em qualquer outro estado brasileiro, a série teria outros elementos que revelariam mais podridões do mundo político atual, que não desejam mudanças – apenas tratamentos paliativos para não serem questionados pela população.

A primeira temporada de Eleita estreia em 7 de outubro pelo Amazon Prime Video.

Nota:

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