Críticas | Amsterdam
“Amsterdam” estreia em 6 de outubro nos cinemas brasileiros.
Com os avanços das mídias sociais, somos bombardeados com informações sobre bastidores, de declarações que, antes, veríamos, com sorte, apenas se tivéssemos acesso às entrevistas. Somente esse ano, fomos bombardeados com discussões do tipo sobre Não Se Preocupe, Querida (leia a crítica), por exemplo, e há alguns anos questionamos a razão de Hollywood ainda dar espaço para pessoas como Woody Allen e David O. Russell (conhecido por seu trabalho em O Lado Bom da Vida, de 2012, e cujos outros trabalhos não empolgaram no mesmo nível), ambos acusados de abusarem de parentes próximos (sendo que o último, confessou que violentou a sobrinha transgênero, alegando que “ela se insinuou”).
Amsterdam, novo filme dirigido e escrito por Russell, é ambientado em Nova Iorque, na década de 1930, e centrada em três amigos que acabam se tornando suspeitos de um crime após serem contratados para solucionar outro caso. Em 135 minutos, o filme tropeça ao querer ter uma trama elaborada e enganar a audiência – quando poderia apenas ser algo simples e alavancar sua mensagem (por mais sonolenta que seja).
O elenco estrelado e o roteiro dinâmico (que parece necessário para explicar toda a história do trio protagonista) não salva o enredo que busca apenas vangloriar como os Estados Unidos se opôs ao fascismo e nazismo – esquecendo, completamente, que apoiou ditaduras para o próprio benefício (incluindo as do Brasil).
É inegável o quanto Christian Bale, Robert De Niro, Margot Robbie e John David Washington são bons atores, e não é sobre apoiar (ou não) David O. Russell (mesmo que signifique que não se importam tanto sobre os comentários e atitudes do diretor). Mais que isso, não transmitem a química necessária para acreditarmos em sua amizade iniciada em Paris, e consolidada na capital holandesa – muito menos em uma história complexa que só deseja brincar com fatos e a realidade.
Amsterdam deseja ser bem maior do que realmente é, se escorando no elenco para atrair o público. Sua trama é pessimamente trabalhada, com explicações demasiadas para tentar forjar a amizade entre os protagonistas. Quase uma homenagem ao militarismo estadunidense, o filme esquece da história que deseja abordar e a ascendência de alguns de seus atores (por mais que alguns deles utilizem-a apenas como token).
Amsterdam estreia em 6 de outubro nos cinemas brasileiros.
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