Críticas | Adão Negro
“Adão Negro” estreia em 20 de outubro nos cinemas brasileiros.
Filmes de heróis possuem a difícil missão de trazer um mundo diferenciado, com a necessidade de questionar a moralidade, mesmo que tenha, essencialmente, o lado de mocinhos e vilões. Adão Negro, novo filme da Warner Bros. Pictures inspirado em personagem da DC Comics, deseja ser um ponto fora do que já foi mostrado pela editora nos últimos anos, centrado em um personagem enfurecido por um sistema motivado pela ganância.
Derivado de Shazam!, os poderes do personagem vêm da mesma Ordem de Magos que originou os poderes de Billy Batson, porém há mais de cinco mil anos. Escolhido como protetor de Kahndaq, o herói surge como antítese ao rei escravagista com o objetivo de forjar a Coroa de Sabbac através do minério eternium. Aprisionado desde então, o herói é liberado por Adrianna Tomaz de sua tumba e resolve mostrar seu próprio senso de justiça aos cidadãos de Kahndaq atual – que sofrem com militares estrangeiros – e, também, acaba enfrentando a Sociedade da Justiça.
Dwayne Johnson interpreta o Adão Negro com sobriedade e poucas inserções humorísticas para amenizar o tom do longa-metragem. Ao lado de Pierce Brosnan (interpretando o Doutor Destino), Aldis Hodge (vivendo Carter Hall/Gavião Negro) e Sarah Shahi (interpretando Tomaz), Johnson consegue se desvencilhar de alguns tiques que cometem em suas atuações prévias.
O interessante do longa-metragem dirigido por Jaume Collet-Serra é o discurso sobre o que é heroísmo e o quanto personagens estadunidenses esquecem da justiça ou da sua presença contra vilões quando é conveniente. Com elenco majoricamente não-branco, o filme se transforma por trazer essa discussão para o mainstream sem centrar no militarismo americano como única solução para a paz do país ocupado.
Adão Negro terá grande falatório por sua cena pós-crédito, com certeza, mas deverá mostrar uma nova faceta da DC nos cinemas após tantas incertezas envolvendo a editora depois da fusão da Warner Bros. com a Discovery. Ser o novo pontapé será importante para que Shazam! – A Fúria dos Deuses, Aquaman e o Reino Perdido e The Flash consigam respirar em 2023 – e que a editora mostre que talvez não precise recorrer sempre aos velhos conhecidos para fazer sucesso nos cinemas.
Adão Negro estreia em 20 de outubro nos cinemas brasileiros.
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