“Não Se Preocupe, Querida” estreia em 22 de setembro nos cinemas brasileiros.
Existem filmes que possui momentos mais significativos em seus bastidores que o próprio enredo. Em um mundo onde mídias sociais inflamam o que acontece, somos constantemente lançados a compreender todas as camadas para conseguir separar o fato da ficção. Não Se Preocupe, Querida, novo filme da Warner Bros., é o mais novo objeto dessa espetacularização, com problemas para além de bastidores e ultrapassando até mesmo durante participações em festivais.
Não Se Preocupe, Querida é centrada em Alice, jovem dona de casa vivendo na década de 1950, cujo marido, Jack, trabalha para uma empresa que está desenvolvendo o Projeto Vitória. Aos poucos, a curiosidade sobre o misterioso projeto começa a tomar conta de Alice, e suas descobertas ameaçam mostrar a verdadeira identidade daqueles por trás da vida utópica da cidade que residem.
Por trás de todas as polêmicas dos bastidores, Não Se Preocupe, Querida consegue entreter (se é o suficiente, é outra questão totalmente diferente). Olivia Wilde – e o feminismo hollywoodiano, que nunca abrange outras camadas sociais – traz um filme estético, com momentos que puxam a audiência para dentro da narrativa e mostra algo interessante.
Florence Pugh é magnética no filme. Aparecendo em quase todas as cenas, a atriz mostra a loucura imposta à personagem – mostrando, mais uma vez, a sua potência em cena, mesmo com previsibilidades no roteiro. Chris Pine, Wilde e Gemma Chan, pilares dentro do enredo, também conseguem imprimir um fascínio em cena. Harry Styles é o elo mais fraco do elenco (compreensível por ser ainda um novato na sétima arte, mas um erro de escalação).
O roteiro é esperável, capaz de ressaltar parte da população por comportamentos similares. Não Se Preocupe, Querida, como colocado em algumas críticas internacionais, é uma produção feminista cis branca que deseja ser Corra! (Get Out!, no título original) – mas com detalhes interessantes que proporcionam questionamentos comportamentais em um mundo com tecnologias disponíveis e espaço para propagandas idiotas e misóginas.
Esperar que o longa-metragem extrapole bolhas e dialogue com uma audiência maior, buscando evidenciar um comportamento hostil, controlador e existe em um imaginário problemático. Entretanto, Não Se Preocupe, Querida sabe o que funciona para si (um elenco carismático o suficiente para atrair o público) e bastidores que alimentem sua existência.
Não Se Preocupe, Querida estreia em 22 de setembro nos cinemas brasileiros.
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