Críticas | Eike – Tudo ou Nada

“Eike – Tudo ou Nada” estreia em 22 de setembro nos cinemas brasileiros.

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Nelson Freitas é o protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

Histórias reais, principalmente envolvendo política, são complicadas de serem transformadas em tela. A possibilidade de piorar imagens é inegável, e atrair o público é difícil para mostrar (talvez) um lado ainda inexplorado para a audiência.

Explorando entre os anos de 2006 e 2012, e centrado apenas no lado profissional, Eike – Tudo ou Nada é muito sobre a politicagem, mostrando a ambição de Eike Batista em sua tentativa de ser um Elon Musk brasileiro (onde acredita mais na meritocracia do que em seus privilégios). Inspirado no livro de Malu Gaspar, o filme é apenas um recorte sobre o homem que um dia chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo, e esquecendo diferentes detalhes que poderiam ser mais críticos sobre a pessoa.

Com uma narrativa mostrando Eike quase com ingênuo, traçando planos com governador do Rio de Janeiro (como emprestar jatinho particular ou conversar sobre levar os Jogos Olímpicos para a cidade) e ignorando óbvios problemas e desejos insanos, que ultrapassam o aceitável e se torna ganancioso (ou uma tentativa de mostrar um poderio inexistente).

Nelson Freitas é interessante como o magnata, mesmo que o personagem seja um dos mais irritantes possíveis. O elenco de apoio ajuda a criar esse elemento do sonho, mostrando como as quedas nas ações por questionamentos do mercado, fizeram pessoas perderem muito mais que Eike pensou que perderia.

Dida Andrade e Andradina Azevedo escreveram o roteiro e dirigiram o filme com detalhes interessantes. A inserção de Luma de Oliveira (vivida por Carol Castro no longa-metragem), por exemplo, é necessária para lembrar os telespectadores sobre o casamento entre eles, e que construiu a imagem de Eike aos olhos do público. Porém, o filme é irritável e, por vezes, desnecessário em tentar apaziguar a imagem do empresário.

No fim, Eike – Tudo ou Nada é apenas mais uma biografia que deseja melhorar alguém, transformando-o em um personagem burro e ludibriado por poderosos. É filmado com maestria, com elenco afiado e óbvias intenções de não ser tão político (esquecendo que política é parte da construção do todo).

Eike – Tudo ou Nada estreia em 22 de setembro nos cinemas brasileiros.

Nota:

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