Críticas | Não! Não Olhe!

“Não! Não Olhe!” estreia em 25 de agosto nos cinemas brasileiros.

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Filme é dirigido por Jordan Peele. (Foto: Reprodução)

Desde o início dos tempos, a espetacularização de eventos fazem parte da cultura popular. Quando Orson Welles transmitiu, via rádio, uma invasão alienígena, em 1938, assustou a população com uma narração de menos de 30 minutos, mas que alertou para o quanto nos deslumbramos com tais situações, com a preocupação maior de presenciar e saber ser responsável por trazer “informações” sobre casos.

Em Não! Não Olhe!, novo filme dirigido e escrito por Jordan Peele, somos apresentados irmãos donos de um rancho de treinamento de cavalos para participações em produções hollywoodianas, que buscam apresentar provas de algo extraterrestre que ronda a região. Seis meses após a morte do pai, OJ (Daniel Kaluuya) e Em (Keke Palmer) tentam manter o negócio, mas são demitidos de um projeto e precisam vender seus cavalos para Ricky (Steven Yeun), ex-ator-mirim e único sobrevivente de um massacre cometido por um chimpanzé dentro de um set de gravação – e que usa a tragédia para lucrar em seu parque de diversões com temática do velho-oeste.

Com uma alegoria sobre a mitologia dos anjos na Bíblia, o longa-metragem de Peele traz uma perseguição ao desconhecido, em busca da fama e da glória. Menções à cultura norte-americana (como produções da CW e ao programa Alienígenas do Passado, do History Channel) fazem do filme uma dissecação sobre como estadunidenses “funcionam” em situações similares ou até improváveis.

Todos os personagens, incluindo Angel Torres (vivido por Brandon Perea) e o Antlers Holst (Michael Wincott), são significativos e atraem por frações sobre o espetáculo. Mesmo com um roteiro desafiador, que possui algumas ligações soltas que poderiam ser exploradas melhor ao longo dos mais de 120 minutos, os personagens sustentam o enredo e a busca pela verdade que ainda desconhecem.

Não! Não Olhe! é uma crítica, mesmo que sutil, ao uso dos animais em alguns espaços (não por sua instabilidade, já que humanos são tão suscetíveis quanto os animais, mas por humanos não terem o cuidado – e ignorar aqueles que sabem como tratar e domar o animal). É sobre capturar o desconhecido e lucrar em cima das tragédias.

Peele não entrega tudo que poderia, mas ainda impacta por visuais, alegorias e seus momentos tensos – mesmo que não chegue a ser um terror, conversando melhor com o lado da ficção-científica. Será interessante se o diretor tentará realizar alguma sequência, algo que complemente a história original e que aumente sua mitologia.

Não! Não Olhe! estreia em 25 de agosto nos cinemas brasileiros.

Nota:


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