“Irma Vep” está disponível pelo MUBI no Brasil.
Imagine que você é um diretor francês e está tão sedento pela Maggie Cheung que escreve um filme sobre uma atriz chinesa chamada Maggie Cheung que vai até a França fazer um remake de uma série muda comandado por um diretor francês que só a escalou por seu interesse nela. Olivier Assayas fez isso, e deu certo, já que ele e Maggie Cheung se casaram após completarem o longa-metragem.
Mas Irma Vep não é só isso. O filme é uma desculpa para o diretor comentar sobre a própria indústria cinematográfica, os diretores (incluindo ele mesmo), os atores, os críticos, a mídia… tudo isso mostrando a produção caótica de um filme.
No elenco, Maggie Cheung está mais hipnotizante do que nunca em seu icônico macacão de látex. Fora dele, ela dá um show de carisma e mostra o lado mais divertido da atriz que ficou conhecida pela melancolia romântica dos filmes de Wong Kar-wai. Já Jean Pierre Léaud, nome imaculado do cinema francês, aparece pouco, mas sempre roubando a atenção como é de seu costume.
No início desse mês estreou a série de mesmo nome na HBO (disponível também pela HBO Max), criada pelo próprio Assayas, porém dessa vez protagonizada pela Alicia Vikander, que também assina o trabalho como produtora executiva. A metalinguagem continua como foco, mas dessa vez com mais tempo para ser explorada, “brincando” até mesmo com o casamento do próprio Assayas com Cheung.
O final de Irma Vep é tão original e icônico que eu estou muito ansioso para ver como vão fazer na série. Se vão apenas fazer uma homenagem, se vão tentar algo tão corajoso ou mais — ou só algo diferente.
Irma Vep está disponível pela plataforma de streaming MUBI no Brasil.
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