Críticas | Morbius
“Morbius” estreia em 31 de março nos cinemas brasileiros.
A fragilidade humana é constantemente explorada dentro do novo gênero de super-heróis no cinema. A facilidade pela qual somos derrotados — ou podemos perder a essência de nós mesmos —, é o grande dilema entre aqueles que desejam se tornar heróis.
Em Morbius, novo filme ambientado no universo do Homem-Aranha da Sony Pictures, essa fragilidade é aumentada quando o personagem principal, o médico Michael Morbius (Jared Leto) é acometido por uma doença sanguínea desde sua infância, na qual passou anos na Grécia, acamado, com uma alta rotatividade entre os colegas.
Almejando a cura, Morbius viaja até a Costa Rica e procura uma caverna cheia de morcegos-vampiros, no intuito de levar parte deles para seu laboratório e explorar a mistura do DNA do animal com o DNA humano (um experimento com riscos imensos e ilegal por diversos motivos). Ao lado da médica Martine Brancroft (Adria Arjona), ele, aparentemente, consegue os efeitos necessários para curar sua doença e, também, a do amigo de infância Milo (Matt Smith). Entretanto, o experimento o transforma em algo sombrio, com consequências inimagináveis.
É louvável a tentativa de trazer algo sombrio e com elementos de terror ao universo paralelo ao universo cinematográfico da Marvel. Os efeitos visuais da transformação é interessante, e conseguimos perceber uma certa “humanidade” dentro da versão morcego de Morbius. Entretanto, o filme fracassa ao trazer uma história envolvente o suficiente para haver um interesse sobre o personagem.
Leto não traz profundidade nenhuma ao médico, com poucas expressões faciais e um entendimento sobre o que está realizando. Morbius mostra que, por mais que seja fácil de acontecer nas páginas da HQ, é necessário adaptações para que se torna crível o suficiente para o público.
Milo é apenas um vilão unidimensional, com motivações rasas e beiram ao ciúme idiota por uma garota que roubou a atenção do amigo (romance, este, que mostra o único propósito da personagem de Arjona). Nem mesmo os diálogos entre o trio principal se torna relevante, sempre com algo digno de revirar os olhos e de mostrar que mesmo com atores fantásticos, é necessária uma base para elevar as atuações.
O filme, com quase 120 minutos de duração, serve, apenas, para colocar mais elementos ao universo do Homem-Aranha do estúdio. Michael Keaton retorna como o Abutre, prometendo realizar mais vilanias no universo em que aparece. Com Kraven, the Hunter e Madame Web em desenvolvimento, além do terceiro longa-metragem de Venom confirmado, é quase óbvio que os anti-heróis/vilões do Amigo da Vizinhança estão ganhando espaço para a formação de um grupo (ou algo similar).
Porém, por mais que entretenha o público com cenas de ação em slow motion e com referências aos quadrinhos, Morbius (e o futuro das franquias) devem trazer qualidade para que suas presenças sejam dignas da telona — e sem precisar entrar, forçadamente, para o MCU.
Morbius estreia em 31 de março nos cinemas brasileiros.
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