Críticas | Batman
“Batman” terá sessões a partir de 1° de março nós cinemas brasileiros.
Adaptações do herói e bilionário de Gotham não são fáceis. Após a bem-sucedida trilogia de Christopher Nolan, entre os anos de 2005 e 2012, o personagem ganhou uma nova dimensão para o cinema e, como bem mostrado no início de Batman (The Batman, no título original), o medo seja o principal fator para a caminhada do herói em seus diferentes momentos na TV e na sétima arte.
Batman, filme dirigido por Matt Reeves, talvez seja a versão mais “crua” do vigilante de Gotham. Ambientada durante o início da jornada de Bruce Wayne como o herói, o longa-metragem se apresenta como uma história de detetive, com elementos do cinema noir, além de trazer um romance icônico à tela e apresentar um vilão digno de Gotham para desmascarar a corrupção que está intrínseca nela.
Robert Pattinson interpreta um Bruce Wayne fragilizado, que nunca superou seus traumas e ainda precisa conquistar a confiança da cidade. O ator está ótimo no papel, com interações com Andy Serkis (que interpreta Alfred Pennyworth) que entregam uma dinâmica fraternal, e com Jeffrey Wright (o — ainda — tenente James Gordon) cujo início de parceria é fundamental para o crescimento dos personagens nas possíveis sequências.
Porém, os dois grandes destaques do filme são Zoë Kravitz (como Selina Kyle) e Paul Dano (como Charada). A atriz é apaixonante como a futura Mulher-Gato, enquanto Dano entrega uma atuação psicótica que assemelha ao de Heath Ledger em Cavalheiro das Trevas (2008). Colin Farrell está irreconhecível como Oswalt Cobblepot, o Pinguim, e sua origem como principal mafioso de Gotham.
O filme consegue brincar com o thriller, aumentando a tensão enquanto as charadas se tornam cada vez mais ameaçadoras e intrigantes. Batman atiça a audiência, com uma investigação que atinge o cerne de Gotham, mostrando que todos podem cometer erros e que há uma horda de criminosos muito além dos conhecidos.
Não é simples trazer algo novo sobre o Homem-Morcego. Entretanto, Reeves consegue nos entreter com uma história envolvente, personagens (e atores) que criam conexões e ser uma versão inexperiente do herói, sem precisar mostrar sua infância e adolescência para compreendermos seus traumas e suas razões para tentar salvar a cidade. Além disso, nos entrega um Bruce Wayne que ainda não entrou em sua filantropia, é recluso, não quer deixar o passado e está em busca de uma “vingança” desenfreada — não sabendo os perigos de seus atos.
No fim, Batman é uma ótima versão do herói da DC Comics. O filme é algo inovador para o personagem que está nos quadrinhos desde 1939. A ascensão do Homem-Morcego será interessante de ser assistida nessa nova jornada comandada por Reeves, que promete introduzir outros personagens que canalizam a energia de Gotham.
Batman terá sessões a partir de 1 de março nos cinemas brasileiros.
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