Críticas | Matrix Resurrections

“Matrix Resurrections” estreia em 22 de dezembro nos cinemas brasileiros.

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Filme é dirigido por Lana Wachowski. (Foto: Reprodução)

Quase 20 anos após Matrix Revolution (2003), Lana Wachowski retorna (sem sua irmã, Lily, mas ao lado de Aleksander Hermon e David Micthell) à franquia na esperança de rebootar a história que fascinou o mundo na virada do milênio. Entretanto, Matrix Resurrections mostra ser apenas mais uma sequência desnecessária em Hollywood.

A história começa quase idêntica ao primeiro filme, com a emboscada dos agentes na perseguição por Trinity (Carrie-Anne Moss). Desta vez, porém, acompanhamos a cena sob o olhar Bugs (Jessica Henwick) que, atenta aos acontecimentos, percebe que não é a mesma situação e encontra a nova versão de Morfeu (Yahya Abdul-Mateen II), que está bem inserido no código de Matrix e, com a ajuda de Bugs, começa a fugir da simulação.

Somos, então, levados a (re)conhecer Thomas A. Anderson (Keanu Reeves), desenvolvedor premiado de jogos que está em um trabalho com pessoas mundanas e um chefe (Jonathan Groff) que o antagoniza. Thomas sofre de surtos psicóticos e seu terapeuta (Neil Patrick Harris) prescreve as pílulas azuis para que estes pensamentos sejam domados. Aos poucos, percebemos que o chefe é a nova versão de Smith (interpretado por Hugo Weaving na trilogia original) e Thomas assumindo sua verdadeira identidade de Neo, se aliando a Bugs e sua trupe para se libertado da Matrix.

O filme é, no fim, sobre a conexão entre Trinity e Neo – e sua história de amor. Porém, o longa-metragem pode ser dividido em duas partes completamente diferentes e na insistência de se criar um propósito maior que a história permite. Em 148 minutos, somos afundados em metalinguagem, em vídeos de arquivo e na possibilidade de um arco que explore, novamente, a guerra entre máquinas e humanos, para virar apenas algo com mensagem confusa, com a tentativa de apresentar mais espaço na franquia.

O elenco (com cinco atores de Sense8, série criada pelas irmãs Wachowski e original Netflix) assume bem suas posições. Groff é excelente ao encarar Reeves, assumindo muito bem a posição deixada por Weaving. Abdul-Mateen II também consegue se impor como Morfeu (interpretado por Laurence Fishburne na trilogia original), sem deixar a essência do personagem sucumbir ao novo corpo.

Matrix Resurrections continua a ter seus momentos bullet time e, com o avanço da tecnologia, se torna um espetáculo visual. Wachowski explora cada explosão e uso de arma possível, entregando um longa-metragem com ação em meio a ficção-científica como aconteceu, principalmente, em Reloaded (2003) e Revolution.

Por mais que continue a abordar que “a escolha é uma ilusão”, Matrix Resurrections se torna um produto comum, sem grandes feitos extraordinários para a indústria. O filme é apenas uma reciclagem do que conhecemos no início do século, sem trazer os questionamentos que deixaram a franquia conhecida.

Matrix Resurrections estreia em 22 de dezembro nos cinemas brasileiros.


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