Críticas | Uma Noite de Crime: A Fronteira
Quinto filme da franquia, “Uma Noite de Crime: A Fronteira” estreia em 2 de setembro nos cinemas brasileiros.
É difícil encontrar palavras que expressem exatamente o que Uma Noite de Crime: A Fronteira representa neste momento. Com a mensagem principal sobre a xenofobia que muitos imigrantes mexicanos sofrem ao tentarem se instalar nos Estados Unidos, o filme se depara com algo raso ao mesmo tempo que questiona o futuro da franquia.
Uma Noite de Crime: A Fronteira segue, no início, a mesma fórmula dos longas-metragens anteriores. Por 12 horas, todos os crimes (incluindo homicídio e estupro) estão liberados. Porém, ao encerrar o feriado anual, supremacistas brancos acreditam que não seja suficiente e deseja “expurgar” imigrantes e outras pessoas que considerem “não-americanas”.
O filme segue a história de um Adela (Ana de la Reguera) e Juan (Tenoch Huerta), imigrantes do México cuja história poderia ser melhor desenvolvida e não apenas “jogada” em momento específicos do filme. Além disso, somos apresentados aos Tucker. Enquanto Caleb (Will Patton) aparenta ser mais consciente sobre o mundo, temos seu filho Dylan (Josh Lucas) se mostra alguém com tendências ultra-estadunidenses, daqueles que acreditam que ser patriota significa ter armas e pendurar a bandeira no jardim (mesmo que depois se “redima” com algumas atitudes).
Em um dos diálogos mais rasos, quando o grupo precisa chegar até a fronteira do Texas com o México para fugirem dos terroristas, Dylan e Juan tentam conversar sobre suas diferenças, e o branco é, abertamente, um racista, com o discurso de “fique cada um na sua” (sendo que o próprio país que reside não utiliza a mesma fala quando convém).
Uma Noite de Crime: A Fronteira questiona, em seu final, como a situação se perpetuará, com cidadãos temerosos lutando contra o grupo terrorista e, aqueles que procuraram asilo no México ou no Canadá, vão sobreviver em um novo país.
Há uma certa tensão sobre os acontecimentos. Mesmo sem grandes sustos, o filme tenta esgueirar uma maneira de construir um projeto político e que reverbera na situação atual dos EUA. Com a direção de Everardo Gout, o projeto talvez seja o mais próximo que teremos de uma crítica social na franquia – algo a ser comemorado sempre. Entretanto, ainda falta um quê a mais, algo que se sobressaia em um filme como este.
Uma Noite de Crime: A Fronteira estreia em 2 de setembro nos cinemas brasileiros.
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